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1ª PARTE START TRENDS – INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

Trazemos nesta matéria algumas das principais ideias e os pontos mais importantes tradados pelos nossos debatedores no Start Trends – Inovação e Tecnologia, que aconteceu no dia 13 de outubro!

 

O segundo encontro do START TRENDS foi um ótimo espaço de debates, discussões e propostas sobre a Inovação e a tecnologia voltados para o agronegócio, seja pela relevância dessas inovações para a melhoria da produção agropecuária, seja por conta do noticiário recente que tem revelado a importância do fomento à pesquisa científica e tecnológica. Este segundo encontro contou com 6 debatedores divididos em duas seções, moderadas pelo professor Mateus Mondin (ESALQ-USP).

A primeira seção contou com a presença de José Damico (CEO da SciCrop), Douglas Zampieri (coordenador adjunto da Fapesp) e Eduardo Bernardo (diretor de P&D da Agrivalle Brasil). O foco deste painel foi discutir a importância da pesquisa e o desenvolvimento de tecnologia para o setor agroindustrial e o que se espera para o futuro em termos de inovação. Os debatedores se intercalaram destacando a importância em se investir em pesquisa tanto na inciativa privada quanto pelo poder público.

Ciência é um pilar da soberania nacional, é um ícone daqueles que de fato são independentes. Temos diversas formas de independência e, sem dúvida nenhuma, a independência cientifica e tecnológica é chave para o sucesso de uma nação.

Mateus Mondin

Os apontamentos do professor e pesquisador Douglas Zampieri, denotam claramente a importância do fomento governamental para a pesquisa e a formação de uma cadeia de empreendedorismo e inovação do país. José Damico destacou sua experiência, à frente da SciCrop, destacando a importância dos financiamentos que recebeu para às pesquisas na empresa feitas através do programa PIPE – Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas) da Fapesp.

Não existe investimento perdido em ciência: ele sempre vai se tornar alguma coisa. Se ele não se torna aquilo que estamos a priori – quem está dentro do laboratório sabe como as coisas mudam rapidamente – dali saem grandes outras soluções, grandes outros caminhos ou, de repente, algum outro produto que nós nem imaginávamos.

Mateus Mondin

Eduardo Bernardo destaca que o sucesso da Agrivalle é o resultado do seu próprio investimento em pesquisas. Atualmente a Agrivalle reinveste 5% de seu faturamento em pesquisa e mira na demanda do futuro para justificar esse investimento: “Estimam-se 10 bilhões de pessoas em 2030. Nós teremos que alimentar essa população e não vai ser da forma que nós temos trabalhado hoje, vamos ter que ser bastante criativos e nós já estamos trabalhando para isso”. Não é por acaso que a Agrivalle acumula um patrimônio que inclui inúmeras patentes, um enorme banco de germoplasma e produtos certificados com relação ao seu potencial à campo. A empresa ainda investe em pesquisas para expandir ainda mais sua atuação e gama de produtos oferecidos.

Se nós não mudarmos a ótica e começar a investir em pesquisa, não só no agro – tem N áreas de interesse – e também não só em pesquisa para produto – pode ser para processos, ganhos, entre outros – a hora que as companhias começarem a destinar uma parte do seu dinheiro para pesquisa e inovação, pode ter certeza que muitas vezes esse investimento se multiplica em escala de 10.

Eduardo Bernardo

Douglas Zampieri conta um pouco do histórico de fomento da Fapesp à diversas iniciativas que permeiam o empreendedorismo agtech. Douglas salienta que um dos dogmas da Fapesp é, justamente, o incentivo à pesquisa, mas que a instituição também espera contribuir com a formação e capacitação dos empreendedores através do PIPE, por exemplo.

Inovação é dinâmica, não é uma coisa estática e se você fica parado você vai ser atropelado. (…) A Fapesp transforma aquilo que ela faz em solo sólido, não há nada que não seja muito bem pensado. Estão previstos – até o final do ano – programas para melhorar a empregabilidade.

Douglas Zampieri

A empregabilidade de profissionais altamente qualificados no país também foi pauta da discussão. Segundo Eduardo Bernardo, a Agrivalle contrata egressos da graduação pensando em sua especialização futura, pensando em formar bons pesquisadores que continuem expandindo o portfolio da empresa. Ele salienta a necessidade de que as empresas incorporem em seus valores que “ciência é investimento” e que se discuta inovação dentro das empresas.

Sobre os cortes recém anunciados na área de ciência pelo governo federal, Douglas Zampieri avalia que o setor privado não conseguirá suprir o investimento em ciência. O professor e pesquisador também teme a “fuga de cérebros” que se dará em decorrência da falta de investimento e a empregabilidade reduzida do profissional altamente qualificado: “Não faz parte da missão do setor privado suprir a demanda em ciência e tecnologia”.

A coisa mais perversa que pode acontecer é, quando a economia vai mal, corta-se a verba em ciência, porque isso tem um primeiro reflexo imediato naquilo que está sendo produzido: os órgãos de fomento não conseguem cumprir tudo aquilo que estava em andamento. O segundo está no médio e longo prazo: você tem projetos que iriam se iniciar deixando de sem implantados. O terceiro é o desanimo daquele que estava trabalhando e o êxodo de cérebros. […] Quando olhamos países desenvolvidos, como a Alemanha, nós vemos que é exatamente o contrário: eles investem bastante em ciência porque é a única saída pela qual eles podem superar uma crise.

Douglas Zampieri

Após a pergunta de um espectador sobre o limite do avanço tecnológico, Douglas Zampieri e o moderador Mateus Mondin comentam a criação de novos postos de trabalho que são criados e outros que são fechados à medida em que se avança a tecnologia. A tecnologia está em constante aperfeiçoamento e, caso o profissional não se atualize, ele fica defasado para o mercado. Porém, destaca-se a grande importância da formação de base adequada. Segundo Douglas: “A evolução da Inteligência Artificial, a evolução do IoT, a evolução dos processadores e etc. faz com que você esteja tecnologicamente defasado quando você se forma. Entretanto, resistência dos materiais continua sendo resistência dos matérias, a termodinâmica continua sendo a termodinâmica e assim por diante. Ou seja, a base necessária para que você possa resolver problemas tem que ser muito consolidada e isso faz com que você possa se realocar em qualquer posição.”

Após a pergunta de um espectador sobre o limite do avanço tecnológico, Douglas Zampieri e o moderador Mateus Mondin foram categóricos em afirmar que não há um limite e que isso é importante para a criação de novos postos de trabalho à medida em que se avança a tecnologia. A tecnologia está em constante aperfeiçoamento e, caso o profissional não se atualize, ele fica defasado para o mercado. Porém, destaca-se a grande importância de uma adequda formação de base. Segundo Douglas: “A evolução da Inteligência Artificial, a evolução do IoT, a evolução dos processadores e etc, faz com que você esteja tecnologicamente defasado quando você se forma. Entretanto, resistência dos materiais continua sendo resistência dos materiais, a termodinâmica continua sendo a termodinâmica e assim por diante. Ou seja, a base necessária para que você possa resolver problemas tem que ser muito consolidada e isso faz com que você possa se realocar em qualquer posição.”

A 2ª parte da cobertura do START TRENDS – Inovação e Tecnologia já está disponível neste link.

Quer assistir o vento na íntegra? É só acessar esse link e se cadastrar no site da Strix One. Também preparamos uma playlist no nosso canal do YouTube com vários highlights do START TRENDS – Inovação e Tecnologia. Confira abaixo!