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2ª PARTE RESUMO START TRENDS – INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

Trazemos nesta matéria a segunda parte da cobertura do Start Trends – Inovação e Tecnologia, que aconteceu no dia 13 de outubro!

 

O segundo encontro do START TRENDS foi um ótimo espaço de debates, discussões e propostas sobre a Inovação e a tecnologia voltados para o agronegócio, seja pela relevância dessas inovações para a melhoria da produção agropecuária quanto pelo noticiário recente que tem revelado a importância do fomento à pesquisa e extensão. Este segundo encontro contou com um tempo maior para discussão e 6 debatedores, além do moderador prof. Mateus Mondin (ESALQ-USP).

O 2º Painel de discussões contou com a presença de Flávio Bonini (gerente de serviços técnicos da Mosaic Fertilizantes), Thomas Britze (CEO da AMVAC do Brasil) e Ricardo de Paula Machado Cunha (produtor da Lagoa Bonita). O foco deste painel foi discutir as mudanças na produção da cadeia agroindustrial nos últimos anos e como os produtores e demais envolvidos nesta cadeia produtivas podem se adaptar e utilizar melhor a inovação e tecnologia a sua disposição. Os debatedores e o moderador se intercalaram destacando as principais demandas dos produtores quanto à tecnologia para a cadeia agropecuária e as necessidades dos produtores.

Eu vejo que, como agricultor, uma das necessidades que tenho hoje é a de conseguir manejar esse mundo de dados que a gente gera. Nós temos plantadeiras que geram dados, temos colhedeiras, que geram dados, estações meteorológicas, dados da produção… A necessidade é conseguir manejar e analisar esse mundo de dados.


Ricardo de Paula Machado Cunha

Neste segundo painel ficou claro que existem diversas tecnologias que vem revolucionando a maneira com que os produtores podem fazer suas atividades de modo mais rápido, mais seguro, mais barato e rendendo produtos de maior qualidade. Como os investimentos em pesquisa realizados nos últimos anos e revertidos em inovação para o campo, Ricardo de Paula Machado Cunha levantou a necessidade de se acompanhar e sistematizar todos os dados gerados por essas inovações aplicadas na produção para que sirvam como forma de se melhorar o planejamento das atividades e poupar os recursos escassos que o produtor possui.

 

Thomas Britze nos relembra, em seguida, da importância do agronegócio para o Brasil: “A agricultura brasileira é, sem dúvida, uma das mais sustentáveis que existe no mundo. Precisamos, apenas, nos comunicar melhor e sermos mais protagonistas [da divulgação]. O agronegócio brasileiro merece muito mais respeito do que ele tem tido na atualidade”. De fato, a agricultura tropical é caracterizada por aproveitar a aptidão do ambiente em que está inserida e utilizar mais racionalmente os recursos de que precisa (como a água e as terras) devido às condições edafoclimáticas, condições de relevo e escoamento da produção. Porém, há uma pressão cada vez maior de diversos mercados consumidores por métodos mais sustentáveis e ambientalmente corretos. Nesse aspecto, Thomas apresenta um produto criado pela AMVAC – com lançamento previsto para 2022 – chamado SIMPAS (Smart Integrated Multi-product Prescriptive Application System), uma tecnologia que permite um diagnostico de cada talhão da fazendo seguido de uma prescrição para cada talhão, mostrando possíveis deficiências nutricionais, pragas ou doenças e os produtos que devem ser aplicados. Essa prescrição, incorporada em um software e sem o contato dos trabalhadores com os agroquímicos, com o auxílio de georreferenciamento, será aplicada apenas nas áreas onde há necessidade e não no talhão inteiro. Essa tecnologia auxilia o produtor tanto na facilidade do manejo de sua lavoura, quanto em proporcionar uma grande economia desses recursos.

Estamos em uma era onde precisamos substituir a competição com a colaboração, porque ninguém mais pode resolver tudo sozinho. Precisamos ter maior colaboração entre as empresas e ouvir mais os produtores para ajudar a aumentar a produção, para contribuir com a sustentabilidade.

Thomas Britze

O professor Mateus Mondin da sequência à discussão trazendo uma experiencia que teve em um evento coordenado pela ONU em 2019. “Eu acredito que nós do agro nos expomos mal, nós precisamos nos expor melhor”. Mateus conta que, nos 10 dias que passou no evento, ele teve a oportunidade de desmistificar a agricultura tropical quanto à sustentabilidade do sistema produtivo e quanto à utilização de soluções tecnológicas para melhorar a produção e a grande conexão entre produtores e agroindústria na busca de soluções cada vez melhores e mais sustentáveis.

Após uma pergunta da audiência sobre a recente escassez de fertilizantes, Flávio Bonini fala da importância desse setor e dos desafios da produção de fertilizantes no Brasil. Ele destaca que o uso eficiente de fertilizantes é uma demanda cada vez mais importante na produção mundial e, com destaque à brasileira, uma vez que a produção promove uma enorme “exportação” de nutrientes que precisam ser repostos a cada safra. Flavio destaca o papel da Mosaic na necessidade de racionalização da utilização de fertilizantes, através de um aplicativo próprio que faz uma prescrição eficiente de fertilizantes para produtores a partir das análises de solo.

Nós da Mosaic enxergamos que a tecnologia deve servir para estes três pontos: fazer uma prescrição melhor, fazer um diagnóstico melhor e trazer fontes de fertilizantes mais eficientes. Enquanto tivermos pessoas para alimentar, nós vamos ter que aprender a ser sustentáveis utilizando o que é necessário para produção e utilizando tecnologia não só na forma de prescrever como no desenvolvimento dos produtos.

Flávio Bonini

Retomando a discussão sobre as necessidades dos produtores, Ricardo Cunha fala da dependência brasileira de diversos produtos primordiais para o setor agropecuário. “Essa pandemia, além de toda a dor e sofrimento e empobrecimento da população, nos fez abrir os olhos sobre onde estão sendo produzidos nossos insumos”. Ricardo então lembra da necessidade da formação de bons engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas para acompanharem os produtores e destaca que a produção sustentável começa com uma boa recomendação de aplicação na lavoura (seja de fertilizantes ou agroquímicos).

Nós do agro falamos muito para nós mesmos e precisamos aprender a nos comunicar para fora, conscientizar as pessoas. Existem pessoas que pensam, por exemplo, que queremos matar o consumidor de tomate com a quantidade de veneno aplicado e não é assim! Nessa produção sustentável, com técnico acompanhando, nós colocamos o produto certo na hora certa para oferecermos o melhor produto na prateleira do supermercado.

Ricardo de Paula Machado Cunha

Nosso moderador, o professor Mateus Mondin, faz um fechamento do evento trazendo alguns apontamentos e conclusões vindas das discussões feitas nos dois painéis. Em 1º lugar, a educação e formação de profissionais capacitados é essencial para a melhoria da produção agropecuária no Brasil. Em 2º lugar, é necessária uma melhor comunicação do setor agro para a sociedade, de modo a dar visibilidade às boas práticas de sustentabilidade deste setor. Em 3º lugar, segundo o próprio Mateus: “Cortar investimentos de ciência e tecnologia é andar na contramão do sucesso. Sem dúvida nenhuma, é a porta da dependência econômica e de uma falência do nosso sistema. Precisamos estar mais atentos: vivemos isso com a pandemia e agora corremos o risco de vivermos esse apagão em outros setores de ciência e tecnologia que são importantíssimos para a manutenção da nossa economia, da nossa sustentabilidade e da nossa soberania como país”.

Quer assistir o vento na íntegra? É só acessar esse link e se cadastrar no site da Strix One. Também preparamos uma playlist no nosso canal do YouTube com vários highlights do START TRENDS – Inovação e Tecnologia. Confira abaixo!