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Conheça a Tridon Participações, fundo de venture capital ligado à Jacto

No final de outubro, o site AgFunder News publicou uma reportagem em que conta que a agtech Arable, com sede em São Francisco, recebeu um aporte de US$ 20 milhões e que vai usar os recursos para expandir sua atuação. O primeiro mercado para sua plataforma de gestão agrícola é justamente o Brasil.

Mas essa não é a única informação que chama a atenção. Um dos fundos de venture capital que participou da rodada de série B é a Tridon Participações, nome que vem se estabelecendo sem fazer muito alarde.

O fundo existe oficialmente há cerca de um ano e meio e é vinculado à família Nishimura, fundadores do Grupo Jacto. Trata-se de uma entidade independente que não faz parte oficialmente do grupo, mas explora sinergias com a empresa. “Como qualquer outro fundo, tem o objetivo de colocar o grupo em posição de discutir e de empreender de forma compartilhada”, conta Marcio Aurelio Soares Santos, gerente geral da Tridon.

Marcio conta que o fundo investe em startups cujas soluções estejam dentro do contexto do grupo, ou ao menos adjacentes. E que a Tridon investe também em outros fundos e não apenas em startups. “Quando falamos em tese, às vezes é uma coisa teórica, quase etérea. No nosso caso é bastante pragmática”, afirma. Segundo ele, o portfólio não é gigantesco, mas existe uma relação forte com os investidos. “Nosso engajamento está sempre relacionado à maneira como podemos ajudar cada investido”. Com esse trabalho, já existe uma conexão com Piracicaba, Ribeirão Preto e São Carlos, importantes ecossistemas de inovação no campo.

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O relacionamento com a Arable é um bom exemplo. O fundo estava pesquisando por soluções para saúde da lavoura quando conheceu a empresa. Após algumas semanas de considerações, a equipe viajou ao Vale do Silício para se reunir com Jim Ethington, CEO da Arable. Eles discutiram uma possível colaboração, se reencontraram após algumas semanas no Brasil e o processo foi para a frente. A Tridon decidiu investir e a agtech começou a montar sua operação no Brasil. De acordo com o AgFunder News, eles contrataram os funcionários do escritório brasileiro nos últimos tempos. 

O case chamou a atenção da Plug and Play, aceleradora com origem no Vale do Silício que atua no Brasil. A Tridon recebeu o prêmio de empresa mais inovadora, de acordo com a aceleradora. “Foi a primeira vez que a Plug and Play premiou um fundo”, conta Marcio.

Por ser um grupo privado, o Tridon não criou um site para mostrar seu portfólio. Toda a comunicação tem sido feita no boca a boca. “Dessa forma, vemos a força e a intensidade do trabalho que temos feito”, afirma o executivo. “Não é uma força midiática, mas relacional.” Ele conta ainda que, em breve, outras “duas ou três” empresas também devem contar suas histórias de relacionamento com a Tridon.