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Agtech americana capta US$ 32 milhões para criar proteína a partir do ar

Parece um roteiro de filme de ficção científica, mas a proposta da agtech americana Air Protein é justamente essa: criar proteínas alternativas não a partir de plantas, como já vimos muitas outras fazendas, mas a partir do ar. A ideia despertou o interesse dos investidores e a empresa californiana recebeu um aporte de US$ 32 milhões, de acordo com informações do site AgFunder News.

Os recursos serão usados para criar seu laboratório de inovação, pesquisa e desenvolvimento, acelerar o processo de criação dos produtos e comercialização e contratar mais funcionários para o time. A rodada de captação foi totalmente virtual por conta da pandemia e contou com a participação da ADM Ventures, Barclays e da GV, fundo de venture capital ligado ao Google.

E como a agtech consegue criar proteína a partir do ar? Para começar, eles combinam dióxido de carbono, oxigênio e hidrogênio, elementos presentes no ar que respiramos, com água e nutrientes minerais. A partir daí, eles usam energia renovável e um processo de produção probiótica em que as culturas convertem esses elementos em aminoácidos essenciais. “O resultado é uma nutritiva fonte de proteínas com o mesmo perfil de aminoácidos da proteína animal”, afirma a CEO, Lysa Dyson, em entrevista ao AgFunder.

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Para dar o sabor de carne mesmo, a agtech usa uma combinação de técnicas que Dyson compara com a culinária, como transformar farinha de trigo em macarrão. Usando pressão e temperatura, eles conseguem reproduzir o perfil de sabor e textura da proteína animal.

Por enquanto, o projeto ainda está em fase de desenvolvimento. A estrutura para a produção dessas proteínas é semelhante às fazendas verticais e, de acordo com Dyson, podem ser facilmente construídas em qualquer lugar do mundo, em poucos dias. “É um projeto extremamente escalável e sustentável”, afirma.