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Vem aí a Ricma, a startup do multiverso

Imagine poder visitar uma plantação de soja para monitorar o andamento da lavoura no conforto da sua sala, usando óculos imersivos. Essa é a proposta da Ricma, uma startup do multiverso.

Criada em Maringá pelo empreendedor Ricardo Matiello, a empresa existe há pouco mais de dois meses, contudo, já acumula grandes projetos em seu currículo.

Matiello conhece bem as dificuldades de desenvolver um projeto tão audacioso e atual como a Ricma, já que não é a primeira vez que ele cria uma proposta inovadora. A ideia do empreendedor é trabalhar com a interatividade, que ele acredita ser a “próxima onda” que substituirá a forma como lidamos com a internet hoje.

“Essa web imersiva é a próxima onda que vai substituir a janela para internet que a gente conhece hoje. O segmento da Ricma é para a interatividade e para a experiência do usuário”, pontua.

A Ricma começou com apenas um projeto, financiado com dinheiro próprio de Matiello. Embora ainda não tenha uma equipe fixa, a empresa já tem mais de cinco projetos em andamento. A equipe atual é composta por Matiello e freelancers nas áreas de desenvolvimento e design.

“Montei esse CNPJ há pouco mais de um mês e já tenho cinco projetos até agora e, para ser sincero, eu não parei até agora para conseguir estruturar a empresa. A empresa não tá num molde de startup, então a equipe é formada por mim e o restante do trabalho está sendo desenvolvido por freelancers na área de desenvolvimento e design”.

Uma agência bancária do Sicoob

A primeira entrega da Ricma foi realizada em uma agência do Sicoob em Maringá. A proposta surgiu porque a instituição financeira, que é atrelada ao cooperativismo, queria rejuvenescer a visão que seus clientes tinham da empresa. No Show Copavel, realizado no final de 2022, Matiello levou o projeto pronto para a feira e obteve um resultado positivo.

“A experiência era convidar as pessoas com uso de uma experiência imersiva, sem que elas achassem que isso fosse um jogo. Dessa forma, ela entrava em uma agência e lidava com o gerente. Só com esse experimento, foram fechadas cinco contas no primeiro dia de evento. O Sicoob viu algo interessante nisso. É uma forma de fazer negócio. E estamos indo cada passo devagar”.

Metaverso no agro

Questionado se pretende ampliar o escopo de atuação da Ricma, Matiello não descarta possibilidades. Para isso, ele tem desenvolvido projetos com o Sebrae e também está envolvido em outra atividade com a Cocamar.

“O agro está sendo um pilar importante até porque foi de onde eu vim. Mas, sim, há outras empresas interessadas. Como é uma startup com foco no desenvolvimento de projetos para o Metaverso, há outros setores, contudo, é o agro quem está dando o pontapé inicial.”

Além disso, a Ricma está se associando ao Cocriagro, hub voltado para o agronegócio na cidade de Londrina (PR). “A proposta é justamente essa: aproximar o campo do produtor. Se tem uma coisa que o Metaverso pode fazer é trazer esse produtor para dentro da agroindústria. Interação e aproximação de processos definem essa era do agro”. Sobre o Cocrigaro, ele assinala “vai ser a grande vitrine do agronegócio”.

Matiello é realista em relação ao Metaverso: ele acredita que resolver gargalos produtivos não seja a principal função da tecnologia no momento. Contudo, destaca que a Ricma foi sondada por uma empresa para criar um Metaverso relacionado ao uso de defensivos biológicos. “Metaverso é sobre interatividade. Não é sobre marcar um zoom ou um Google Meet. Se agtech significar empresa ágil e de tecnologia que resolve um problema, então a Ricma pode ser uma. O Metaverso não veio para substituir nada”.

Autor:

César H.S. Rezende
Jornalista Portal DATAGRO
Repórter freelancer Startagro