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O agro na primeira edição brasileira do Greentech Challenge

Evento de origem dinamarquesa que busca soluções verdes aconteceu em São Paulo

O Greentech Challenge nasceu com a proposta de aproximar soluções verdes desenvolvidas por startups de investidores e fundos. A metodologia desenvolvida por seu fundador, Martin Andreas Petersen, envolve um processo de mentoria intensivo com os empreendedores, seguido por um evento com pitches e discussões sobre sustentabilidade e economia circular. Esse formato foi apresentado ontem, no Cubo, em São Paulo, na primeira edição realizada no Brasil. E o agro foi representado por algumas das startups selecionadas – foram 12, de mais de 200 inscritas.

As duas startups do setor a apresentar suas soluções foram a Sintecsys e a Green Farm CO2 Free. A primeira desenvolveu um sistema de monitoramento e detecção de incêndios florestais. Por meio de sensores instalados em torres, eles conseguem reduzir o tempo de detecção de 40 para 3 minutos, em comparação com satélites. Eles entregam aos produtores uma sala de monitoramento, ou fazem o serviço, cobrado mensalmente. A Green Farm oferece serviços ecossistêmicos para empresas que querem, por exemplo, neutralizar suas emissões de carbono por meio da preservação de uma área florestal proporcional.

Nenhuma das duas venceu, no entanto. As três selecionadas pelo público foram Green Mining, que desenvolveu uma solução logística reversa que mapeia áreas de grande produção de lixo reciclável e envia seus catadores até lá; a Biosolvit, que desenvolve, entre outros, produtos de origem natural com alta capacidade de absorção de óleo; e a EcoPanplas, responsável por um sistema de máquinas voltadas para o reaproveitamento de embalagens de óleo – com elas, a startup dá um destino correto tanto ao óleo quanto ao plástico contaminado.

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Outros empreendedores também apresentaram suas soluções. A Sauvez, ainda em estágio bastante embrionário, que resolver o problema das bitucas de cigarro jogadas nas praias por meio de um sistema de parcerias com empresas e bonificações para quem descartar os cigarros corretamente. Meu Copo Eco oferece um serviço que substitui copos descartáveis em todo tipo de evento, cuidando da logística e do reaproveitamento. A Cerensa criou uma plataforma de integração de dados de compliance de sustentabilidade para empresas. A Piipee desenvolveu um aditivo que substitui as descargas, eliminando a urina sem o desperdício de água. A Plataforma Verde oferece um software de aceleração de energia limpa que rastreia processos industriais. A Acqua Logic usa uma ferramenta para identificar e reduzir o desperdício de água em empresas. Por fim, a Papel Semente produz folhas de papel com sementes que podem ser plantadas; a lista de serviços inclui cartões de visita, pôsteres, crachás de eventos e outras soluções.

Martin Petersen, diretor do Greentech Challenge (crédito: Carla Camp)

Os vencedores foram contemplados com um pacote de aulas de mestrado com foco em empreendedorismo pela FEA-USP, mentoria qualificada com a AdeSampa, braço da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho que lançou o desafio Green Sampa, noticiado aqui no StartAgro, e créditos no valor de US$ 10 mil para utilização no Amazon Web Services, plataforma de computação em nuvem a empresa americana.

A programação dessa primeira edição do Greentech Challenge contou também com discussões sobre o uso de blockchain como forma de garantir maior transparência em transações, e apresentações de fundos de investimento. Marcos Penido, secretário de Infra-Estrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo falou ainda sobre o projeto de limpeza do Rio Pinheiros.