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Influencer: A vida de Blairo Maggi longe do poder

Por Luiz Fernando Sá

Da janela do edifício Concorde, o empresário Blairo Maggi tem uma visão privilegiada de tudo o que construiu. Enxerga, em primeiro plano, a Avenida André Maggi, moderna via que virou endereço do poder em Cuiabá. Poucos metros à direita, a menos de cinco minutos de caminhada, fica a bela sede do grupo AMaggi. Cruzando a rua, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato). Olhando à esquerda, o centro político-administrativo, com o prédio da Assembleia Legislativa e, um pouco mais ao fundo, o Palácio Paiaguás, base do governo estadual. Em cada um deles, Blairo deixou sua marca. Ex-presidente do AMaggi, ex-governador, ex-senador e ex-ministro da Agricultura, hoje, porém, guarda cuidadosa distância do cotidiano desses locais.

Desde que deixou o Ministério da Agricultura, há pouco mais de um ano, Blairo Maggi tratou de redefinir sua imagem. Sai o político – embora seu escritório no Concorde ainda receba a visita de prefeitos, deputados e correligionários e seja ingênuo pensar que ele não tenha voz ativa em várias questões eleitorais, sobretudo no estado. Entra uma espécie de influencer do agronegócio, uma pessoa mais leve, que expõe um lado doméstico e familiar para cerca de 90 mil seguidores no Facebook e outras 25 mil no Instagram. Suas postagens, antes conduzidas por assessores, hoje têm mais o seu dedo, resgatando suas relações com a terra, com momentos de prazer e com os antepassados. Quando questões mais relevantes sobre o agronegócio entram na pauta, não se omite, embora tente reforçar que fala como alguém que conhece os temas com a intimidade de quem frequentou o poder, mas que hoje prefere acompanhá-lo do lado de fora. Mesmo seu escritório na sede da AMaggi, que mantém como grande acionista, já não é tão utilizado como em outros tempos.

As interações em cada publicação nas redes sociais são contadas aos milhares, na imensa maioria positivas. A PLANT acompanhou e analisou sua atividade no Facebook durante o ano de 2019 e pôde constatar como a empatia, apresentada pelo número de likes nos posts, cresceu ao longo desse período. Em seu último dia como ministro, 31 de dezembro de 2018, escreveu uma mensagem de despedida – não do cargo, mas, segundo afirmou, “da vida pública”. Treze meses depois, a postagem contabilizava módicos 153 curtidas, 18 comentários e cinco compartilhamentos.

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