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Como o formato de cozinhas compartilhadas está crescendo para atender aos apps de delivery

Por André Sollitto

Os aplicativos de delivery mudaram a maneira como as pessoas se relacionam com os restaurantes. Algumas dessas mudanças são bastante visíveis. Para quem mora em grandes metrópoles, as fileiras de motos e bicicletas estacionadas nos arredores de shoppings e lanchonetes já fazem parte da paisagem. E as centenas de entregadores usando grandes mochilas em cores neon estão integradas ao trânsito de tal maneira que não causam mais estranhamento. Outras mudanças são menos óbvias, mas igualmente radicais. A principal é o fenômeno da proliferação das cozinhas compartilhadas, um formato de empreendimento voltado especificamente para atender aos serviços de delivery.

Normalmente, são espaços grandes que comportam uma ou duas dezenas de cozinhas industriais completamente equipadas. São instalados em áreas centrais da cidade, com fácil acesso aos bairros em que a demanda é maior. Como os clientes já fazem o pedido contando os minutos para recebê-lo, a eficiência na entrega é uma prioridade altíssima. Por isso as instalações são projetadas com balcões para os entregadores, docas para receber os insumos e até análise de dados para otimizar os rendimentos. Alguns oferecem ainda serviços terceirizados, como fotógrafos profissionais e gestão comercial.

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O conceito começou a tomar forma em 2018, na Europa. O app Deliveroo abriu cozinhas compartilhadas em Londres e Paris e testou o formato, contando com algumas das casas mais badaladas dessas metrópoles. O formato deu certo. Em maio deste ano, a empresa captou US$ 575 milhões em uma rodada liderada pela gigante Amazon. O investimento está atualmente suspenso, enquanto órgãos regulatórios estudam o caso para evitar brechas em leis de concorrências. Mas fez com que o investidor Michael Moritz, da Sequoia Capital, firma que já colocou recursos em empresas como Apple, Airbnb, Instagram e muitas outras, ficasse alerta e temesse pelo futuro dos restaurantes físicos. “O investimento da Amazon pode ser o presságio de que a companhia, conhecida como a maior vendedora de livros do mundo, se torne também a maior dona de restaurantes do planeta”, escreveu em um artigo para o jornal londrino Financial Times.

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