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AgTech Meeting: Pandemia, inovação aberta e o futuro dos marketplaces

Nesta quarta-feira (19) acontece o primeiro dia de palestras da quinta edição do AgTech Meeting, evento anual realizado pelo hub AgTech Garage. Neste ano, ele acontece em uma plataforma totalmente virtual. E o StartAgro está acompanhando todas as discussões.

Confira a seguir alguns dos temas abordados nas palestras do primeiro dia de evento.

Covid-19 – Tendências e impactos na economia e no agronegócio

O agronegócio foi um dos setores menos impactados pela pandemia provocada pela covid-19. Mesmo assim, isso não quer dizer que a situação continua exatamente igual. Luis Renato Oliveira e Luís Mello, ambos da consultoria Bain & Company, apontam que alguns setores, como o da produção de algodão e de açúcar e etanol, sofrem mais. O produtor de algodão tem menos opções, mas os produtores de cana podem aumentar a participação de açúcar no mix para tentar equilibrar a balança. Enquanto isso, outros setores, como o da produção de soja, foram menos impactados.

A recuperação econômica a um patamar normal, no entanto, deve demorar bastante. A previsão, segundo os palestrantes, é de um retorno efetivo e mais completo somente em 2022. Parte disso se deve principalmente à maneira como a gestão da pandemia está sendo feita. De acordo com dados epidemiológicos apresentados pelos palestrantes, a propagação da doença no Brasil está bem longe de estar controlada. Além da mortalidade catastrófica, a falta de políticas efetivas para o controle do vírus e a da testagem da população, aliada à reabertura do comércio, deve prorrogar essa situação atípica. Alguns setores começam a mostrar uma ligeira resposta, mas outros devem demorar mais para se recuperarem.

Marketplaces digitais – Mudanças nos canais de distribuição de insumos: complementação ou disrupção?

O surgimento de plataformas de marketplace voltados para o agro, como a Orbia estão mudando a maneira como os produtores fazem as compras dos insumos para suas propriedades. É um cenário de inúmeras possibilidades, mas também de grandes incertezas. Qual será o papel do vendedor, por exemplo? Ou de que maneira superar o receio que alguns agricultores ainda têm de fazer compras online?

Ivan Moreno, CEO da Orbia, faz um paralelo com os e-commerces tradicionais e como muitas pessoas usam os preços praticados na internet para obter descontos nas lojas físicas. Hoje, a situação mudou e sair de casa para comprar uma geladeira, por exemplo, é bem menos comum do que era. O desafio dos marketplaces do agro, para ele, é o mesmo de qualquer plataforma digital: “mostrar as vantagens para o produtor”. Obviamente, a pandemia obrigou muitos a recorrer aos novos canais – e o resultado tem sido bastante positivo. 

Essa digitalização também vem acontecendo há algum tempo, mas tem se acelerado nos últimos. “Estamos vendo uma grande troca geracional, com jovens produtores assumindo as propriedades”. Com essa sucessão é natural que ocorra uma migração de processos para o s ambientes digitais. 

Nesse cenário, o vendedor vai passar a atuar de maneira diferente, oferecendo um suporte técnico, uma assistência para o produtor. Nesse caso, a decisão do agricultor em comprar um insumo ou outro vai se basear menos em preços, já que a tendência é tornar a disputa mais parelha com o surgimento dos marketplaces, e mais na qualidade do atendimento que ele recebe.

Open Innovation: Orgulhosamente encontrado fora daqui

Na palestra de encerramento do primeiro dia de evento, a discussão focou na inovação aberta e na maneira como ela é interessante para o desenvolvimento de todo o setor. O formato é praticado inclusive dentro do AgTech Garage e pode partir de uma demanda de uma empresa ou um parceiro corporativo, mas a solução final é aberta para que todo o ecossistema possa trabalhar a partir dela.

A vantagem da inovação aberta é a pulverização da busca por soluções e tecnologias. Uma empresa não precisa mais desenvolver tudo internamente, mas pode buscar alguém que já faça aquele trabalho. Isso representa redução de custos, mais oportunidades de negócios e fomento ao empreendedorismo. E também um ganho para todos os players. “Trabalhando juntos vamos conseguir produzir um impacto muito maior para a sociedade”, afirma Anderson Pivotto, hunter de inovação do Sicredi.

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