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Startup Zymergen capta US$ 400 milhões em rodada de investimentos

Agtech americana produz micróbios usados na agricultura

Responsável por uma série de inovações principalmente na agricultura, mas também na indústria, a agtech californiana Zymergen captou US$ 400 milhões em uma rodada de investimentos liderada pelo Vision Fund do Softbank. É o maior financiamento para uma empresa americana do tipo até agora – e só perde para a chinesa Agribusiness Marketplace Meicei, que captou US$ 450 milhões também neste ano.

A Zymergen trabalha com um exército de robôs dotados de inteligência artificial que usam engenharia genética para melhorar micróbios, que são a base de praticamente todos os materiais. Seus produtos moleculares chamaram a atenção como substitutos para outros, mais danosos ao meio ambiente. Na agricultura, são usados no lugar de fertilizantes e pesticidas químicos.

Matt Ocko, da DCVC (Data Collective), um dos primeiros investidores da Zymergen, diz que a empresa tem três grandes potenciais. É capaz de reduzir os custos de elementos essenciais à agricultura, como aminoácidos, mantendo um alto padrão de qualidade. Consegue descobrir e entregar, em escala global, novos pesticidas, fungicidas e herbicidas que são, ao mesmo tempo, menos danosos e caros e mais eficientes. E fazem isso em meses, ao custo de milhões, em vez de fazer ao longo de décadas, ao custo de bilhões. “E isso não é ficção científica. Empresas da lista das 500 da revista Fortune compraram mais de meio bilhão de dólares em produtos nos últimos 12 meses”, afirmou, em entrevista ao site AgFunder News.

Além do que já oferece, a empresa está expandindo sua linha de opções – o que também chamou a atenção dos investidores. Entre as novidades estão um repelente de inseto inspirado no catnip, a erva que estimula os gatos, e um protetor solar que não prejudica recifes de coral.

O fundador da Zymergen, Joshua Hoffman, sabe que grandes avanços na biologia sintética podem levar a um caminho perigoso. “Nós nunca faremos armas biológicas”, afirmou, em entrevista à Bloomberg. Ele diz que também não pretende trabalhar em micróbios usados na produção de opióides e outras drogas.