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Softbank e Cargill investem US$ 161 milhões em food tech que produz carne em laboratório

Startup americana Memphis Meats quer produzir seus alimentos em escala

Se 2019 foi o ano em que as proteínas à base de vegetais conquistaram os investidores e o público, 2020 pode representar uma mudança semelhante com as carnes produzidas em laboratório. A startup americana Memphis Meat, responsável por desenvolver uma linha de bife, frango, pato e frutos do mar em laboratório a partir de células animais, recebeu um aporte de US$ 161 milhões em uma rodada série B, liderada pelo grupo SoftBank, com participação da Cargill e do fundo Norwest Venture Partners.

De acordo com uma análise feita pelo The Good Food Institute, organização que promove o consumo e a produção de proteínas alternativas, o investimento é maior do que todos os recursos captados pelo setor de carnes de laboratório até agora. O aporte será usado pela startup para construir um centro de produção.

Por enquanto, os produtos da empresa ainda não têm data para chegar ao mercado. A Memphis Meat está trabalhando com agências reguladoras para garantir que o lançamento aconteça dentro das normas de segurança. 

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A participação do SoftBank mostra que o grupo continua com sua estratégia de grandes investimentos. No ano passado, fez aportes em empresas como a Loggi. Mas passou por um momento complicado com a plataforma de escritórios compartilhados WeWork: em meio a polêmicas, o CEO da companhia foi afastado e o projeto de abrir o capital na bolsa foi abortado. Segundo analistas, o caso deixaria o SoftBank mais cauteloso em seus investimentos. O aporte feito na Memphis Meat, no entanto, mostra um interesse significativo nesse mercado de proteínas alternativas. E por ser um dos principais fundos no mundo, suas movimentações costumam influenciar o rumo do mercado.

A Cargill é outra empresa que tem mostrado bastante interesse nas proteínas alternativas. Em entrevista a Bloomberg, Elizabeth Gutschenritter, diretora da equipe de proteínas alternativas da companhia, disse que já foi investido US$ 1,5 bilhão nesse setor apenas nos últimos três anos. A decisão faz parte de uma estratégia maior da Cargill de diversificar suas áreas de atuação em um momento de mudanças no papel das tradings. No ano passado, ela investiu na Aleph Farms, outra food tech de carne feita em laboratório.