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Radar AgTech: as oportunidades no setor da bioenergia

O levantamento feito pelo Radar AgTech sobre o ecossistema de inovação no agro brasileiro apontou um dado bastante impressionante. Entre as 530 startups com soluções depois da fazenda, apenas 14 trabalham dentro da categoria Bioenergia e Biodiversidade. São empresas que desenvolvem e disponibilizam novos processos, métodos e tecnologias para a produção de bioenergia e/ou para a proteção da biodiversidade. Destas, apenas sete lidam diretamente com bioenergia. É um cenário que pode ser visto como pouco interessante para empreendedores e investidores, ou como um campo com enorme potencial de desenvolvimento.

O Brasil possui uma matriz energética bastante diversificada. São hidrelétricas, combustíveis fósseis, etanol, biocombustíveis, energia eólica e fotovoltaica. Além disso, é o país com o maior potencial energético do mundo. Cerca de 45% de toda a energia consumida até 2030 será proveniente de fontes renováveis. E o Brasil utiliza 43,5% da biomassa como fonte de energia, contra uma média mundial de apenas 14%. E políticas como o Renovabio podem transformá-lo em líder no setor de biocombustíveis.

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Em uma palestra no Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano, o diretor editorial da plataforma StartAgro, Luiz Fernando Sá, defendeu a ideia de que cada propriedade pode se tornar uma usina em potencial. Para que esse cenário se torne realidade é preciso uma visão de futuro que contemple um novo modelo energético com a agropecuária como grande geradora, geração descentralizada e como uma fonte adicional de renda aos produtores.

A mudança passa também pela superação de alguns desafios, especialmente no caso do biogás, como a supremacia do setor sucroenergético e o avanço do etanol de milho. É preciso superar a imagem que muitos têm do biogás, mostrando que ele é um resíduo de grande valor, além de firmar parcerias com empresas de geração e distribuição e criação de mecanismos de incentivo à inovação e aos investimentos.