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Radar AgTech 2019: maior mapeamento de startups do agro lista 1125 empresas

Estudo é feito pela Embrapa, SP Ventures e Homo Ludens com o apoio do StartAgro

Mapeamento mais abrangente do ecossistema de inovação no agro já realizado, o Radar AgTech 2019 é lançado hoje com o objetivo de oferecer uma base de dados importante para empreendedores, empresas do setor, investidores e gestores de políticas públicas. O estudo é uma realização da Embrapa, da SP Ventures e da consultoria Homo Ludens, com o apoio do StartAgro, da ACE e do Centro Universitário FEI. O documento pode ser encontrado neste link, site oficial da iniciativa.

O dado mais impressionante do levantamento é a quantidade de startups analisadas. São mais de 1100 empresas, número muito maior do que qualquer outro estudo do tipo mostrou até agora. O resultado se deve a dois fatores: ao escopo maior da pesquisa e ao amadurecimento do ecossistema. As startups foram divididas em três categorias: antes da fazenda (197 empresas), dentro da fazenda (398) e depois da fazenda (grupo com 530 empresas).

Um aspecto que chamou a atenção inclusive dos pesquisadores foi a força do ecossistema da capital paulista. A cidade tem 262 startups, ou 23% do total. A segunda cidade a aparecer no ranking é Piracicaba, no interior paulista, importante hub de inovação no agro, com 41 empresas. “Esse dado mostra a importância de uma cultura de inovação, de um ecossistema de empreendedorismo. Mesmo cidades com tradição e conhecimento técnico ainda têm poucas startups. Em São Paulo, o ecossistema mais maduro permite uma velocidade de crescimento muito maior”, afirma Luiz Ojima Sakuda, sócio da Homo Ludens e professor da FEI. 

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Este é o segundo estudo feito pela Homo Ludens em parceria com a SP Ventures. A versão anterior foi publicada no site AgFunder News e contava com 338 startups. Neste ano, a Embrapa passou a fazer parte da pesquisa. “Sabíamos que a capilaridade da Embrapa seria muito importante para o enriquecimento da base de dados”, diz Luiz Ojima Sakuda. A pesquisa leva em conta a cidade de origem das empresas – mesmo que atualmente elas atuem em outras regiões.

O estudo fará parte de um site em que todas as startups ficarão cadastradas. Será uma grande base de dados do interesse de todos os players do setor. “Nosso principal objetivo é unirmos forças para auxiliar no desenvolvimento do setor e impulsionar negócios que tenham tecnologias inovadoras, com alto impacto e potencial de crescimento”, diz Francisco Jardim, sócio fundador da SP Ventures. E o setor agtech precisa de mais aportes de venture capital. Em 2013, foram apenas 4, totalizando US$ 30 milhões. Em 2018, o número passou para US$ 80 milhões em 20 aportes. O crescimento é consistente, mas ainda muito inferior a outros setores. Em 2018, por exemplo, foram feitos 259 aportes financeiros, totalizando US$ 139 bilhões.

Por fim, o Radar AgTech 2019 indica que todas as cidades com tradição no agronegócio foram contempladas com soluções inovadoras. E aponta para o futuro. Para Luiz Sakuda, a próxima edição do levantamento deve continuar a mostrar o amadurecimento do ecossistema. São Paulo deverá aparecer na frente, mas os outros polos de inovação vão correr atrás. “Nosso desejo é que essa base de dados sirva para muita gente. A partir do momento em que ele é reconhecido por todos, a articulação de políticas públicas fica muito mais fácil”, afirma. A articulação é necessária, segundo ele, para que esses outros polos consigam se desenvolver. O destaque é para o desenvolvimento de um conhecimento interdisciplinar, e não apenas técnico. “O setor agtech precisa de gente muito boa em mais de uma área”. A presença de grandes universidades em São Paulo, por exemplo, reforçam a concentração das startups na capital.