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O que é a “Internet da água” e por que ela é o futuro da agricultura

Como a digitalização da água aumenta não só a eficiência na produção agrícola, mas também representa um caminho importante para o uso consciente dos recursos naturais

Por João Rodriguez

Você já ouviu falar em “água inteligente”? O termo é como os cientistas e engenheiros nomearam as tecnologias de banco de dados nas redes de água com o objetivo de controlar o seu fluxo. Inundações, secas, vazamentos e outros impactos ambientais e na produção vão ser previstos “de uma maneira muito mais rápida, eficiente e completa do que as soluções anteriores”, disse Seth Cutler, analista sênior na consultoria Frost & Sullivan, em entrevista ao portal Daily Jstor.

A digitalização de água representa uma economia para o processo de produção agrícola. “Em vez de equipes de campo saírem e verificarem periodicamente os medidores, o que é um processo mais lento, mais caro e trabalhoso, é possível colocar registradores de dados nos medidores conectados a redes celulares e enviar dados para um utilitário ou outra unidade centralizada ”, diz Cutler. “Você pode então executar toda essa informação por meio de algoritmos em softwares, que identificam o uso e monitoram vazamentos”.

Por meio de sensores, é possível mapear não só a qualidade do solo e a umidade. Os dados do medidor automático podem ser usados com informações de sensoriamento por satélite para fornecer mapas de áreas propensas a inundações e ajudar a avaliar os danos causados por inundações. Esse conhecimento é armazenado em uma plataforma de Big Data, representando uma conexão mais fácil, barata e acessível para o agricultor organizar sua produção. Além disso, o IWMI (Instituto Internacional de Gerenciamento de Água) frequentemente envia drones durante e após as enchentes para coletar dados necessários para os esforços de resgate em alagamentos.

Internet da água

A água inteligente é uma solução importante para melhorar a eficiência numa época em que o mundo começa a se preocupar com o futuro dos  recursos naturais. De acordo com um estudo de 2017 do The Pacific Institute, 1,7 bilhão de pessoas vivem em bacias hidrográficas onde a demanda de água supera a oferta. A projeção é de, em 2050,  esse número suba para 2,3 bilhões. No conselho mundial da água (WWC), o presidente do evento, Benedito Braga, ressaltou a necessidade de encontrar alternativas para administrar melhor os desperdícios e impactos ambientais. “A agricultura é uma usuária importantíssima, pois 70% do uso da água no mundo é feito por ela”.