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Compra da Bug pela Koppert representa um marco para o AgTech brasileiro

A venda da Bug, uma das primeiras e mais bem-sucedidas startups brasileiras do setor, coroa uma etapa importante da cena empreendedora do agronegócio, que também teve no aporte do megafundo TPG na Solinftec outro caso notável 

A companhia holandesa Koppert, de proteção biológica de culturas agrícolas, comprou a Bug Agentes Biológicos, uma das principais empresas brasileiras do setor. O valor da aquisição não foi relevado.

A venda Bug representa um marco na história do mercado AgTech brasileiro, seguindo outro divisor de águas, também registrado em 2017: O aporte do megafundo americano TPG, que já investiu no Uber e no Airbnb e tem US$ 45 bilhões em ativos,  na Solinftec, uma AgTech de AraçatubaFundada há dez anos, foi pioneira no desenvolvimento de sistemas digitais de monitoramento para todo o processo produtivo do setor sucroenergético.

A aquisição da Bug pela Koppert é um marco por diferentes razões. Em primeiro lugar, por se tratar de uma das primeiras saídas relevantes desse mercado no Brasil. Em segundo pelo fato de a empresa ser uma das referências em biotecnologia no País – e também no exterior. Em 2012, ela foi eleita pela revista americana Fast Company a mais inovadora do Brasil. No ano seguinte, foi a primeira empresa da América Latina a fazer parte do grupo de pioneiros da tecnologia, no Fórum Econômico Mundial.

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A venda de uma das primeiras e mais bem-sucedidas startups AgTechs brasileiras coroa uma etapa importante da cena empreendedora do agronegócio e pode ter como efeito chamar ainda mais a atenção do mercado internacional.

Da esq. p/ dir.: Danilo Pedrazzoli, Gustavo Herrmann e Paulo Koppert pela empresa holandesa; e Heraldo Negri e Diogo Carvalho pela BUG Agentes Biológicos (crédito: divulgação)

Da esq. p/ dir.: Danilo Pedrazzoli, Gustavo Herrmann e Paulo Koppert pela empresa holandesa; e Heraldo Negri e Diogo Carvalho pela BUG Agentes Biológicos (crédito: divulgação)

A compra da BUG pela Koppert foi assinada com a presença, em São Paulo, do presidente mundial da empresa holandesa, Paul Koppert. “A aquisição representa um importante passo para o grupo Koppert, especialmente fortalecendo nossa posição em macroorganismos no Brasil”, disse Koppert. Os sócios-fundadores da Bug, Diogo Carvalho e Heraldo Negri, representaram a empresa brasileira no encontro.

Fundada na Holanda em 1967, a Koppert afirma ser líder no mercado internacional de proteção biológica de culturas agrícolas, atuando em controle biológico (com organismos macro e microbiológicos), polinização natural, tratamento de sementes e tecnologia de monitoramento e fundada na aplicação. A empresa está no Brasil há seis anos, possui 1,4 mil funcionários em 26 países e deve fechar este ano com um faturamento global de aproximadamente 200 milhões de euros.

“A aquisição representa a expansão de um negócio com alto potencial no mercado de controle biológico tropical, onde serão aplicados os conhecimentos adquiridos pela Koppert nos últimos 50 anos em produção em larga escala de macroorganismos, o DNA da empresa, em uma estrutura pronta para serem implementados”, afirma o diretor industrial da Koppert do Brasil, Danilo Pedrazzoli,

Novos passos   

Fundada em 2001 na Escola Superior Luiz de Queiroz (Esalq), a Bug tem unidades em Piracicaba e em Charqueada, no interior de São Paulo. O faturamento da companhia deve ficar em R$ 15 milhões na área de tratamento de cana, além de outros R$ 5 milhões gerados com comercialização de produtos para hortifrútis, segundo reportagem do Valor Econômico.

A Koppert, por sua vez, foi fundada em 1967 e é uma das principais companhias de proteção biológica do mundo. De acordo com matéria do Valor, a empresa pretende aproveitar os produtos da Bug no mercado internacional. Já está definido investimento, em 2018, entre R$ 3 milhões e R$ 5 milhões para ampliar em 50% a capacidade de produção da unidade de Charqueada.

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