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Aceleradora Yield Lab chega ao Brasil em busca de agtechs

Programa de aceleração para a América Latina está com inscrições abertas

Após inaugurar suas atividades em St. Louis, nos Estados Unidos, em 2014, e expandir para a Europa, o Yield Lab, aceleradora especializada em agtechs, iniciou uma operação na América Latina com um escritório em Buenos Aires. Agora, a empresa chega ao Brasil e já está com vagas abertas para seu projeto de aceleração.

Para participar é preciso atender a alguns pré-requisitos. Os produtos desenvolvidos devem oferecer soluções criativas e inovadoras para a agricultura e a alimentação de forma sustentável. É necessário ter empresa aberta, ter um projeto com potencial de crescimento global e estar em fase comercial. O período se encerra no dia 15 de fevereiro e as inscrições podem ser feitas por meio deste endereço. As startups selecionadas receberão US$ 100 mil em investimentos, além de mentoria, consultoria e acesso à rede global do Yield Lab.

O escritório brasileiro ainda não foi oficialmente inaugurado. De acordo com o economista irlandês Kieran Gartlan, responsável por comandar as operações da aceleradora no País, uma equipe ficará sediada na capital paulista e outra, menor, em Piracicaba, um dos principais polos de inovação do agronegócio. “Cheguei faz apenas três semanas e ainda estamos montando a estrutura. Tenho conversado com o AgTech Garage, o Pulse Hub, a Usina de Inovação e a Esalqtec, além de outros hubs espalhados pelo Brasil”, diz Gartlan. O objetivo é ter uma presença regional que possa olhar com mais cuidado para as propostas das startups.

O programa de aceleração é regional para a América Latina. Cinco startups serão selecionadas para a edição de 2019 e, de acordo com Kieran, duas devem ser brasileiras. O processo de aceleração é tanto local quanto virtual, e o Yield Lab investe US$ 100 mil em troca de equity stakes que variam entre 5% e 10%.

Além dos escritórios em St. Louis, Irlanda, Buenos Aires e Cingapura, o Yield Lab pretende expandir suas operações para a África e a Austrália. Uma unidade no Chile também deve ser inaugurada até o final de 2019. “Nossa ideia é fazer uma rede global agtech”, afirma Gartlan.

O Yield Lab é uma das aceleradoras pioneiras em se dedicar apenas a agtechs. Surgiu a partir da visão de Thad Simons, CEO da Novus International, empresa de nutrição animal que atua em 90 países, durante 13 anos, e do fundo de investimentos Cultivation Capital, que observaram um interesse crescente em inovações na agricultura e alimentação. As startups que participaram da primeira edição do programa de aceleração arrecadaram, juntas, US$ 12 milhões. Hoje, depois de abrir escritórios pelo mundo, o Yield Lab oferece uma mistura de expertises financeiras, tecnológicas e de empreendedorismo.

O interesse da empresa pelo Brasil se deve ao fato do País ser um grande produtor de commodities agrícolas, mas ainda sofrer com problemas de logística, financiamento e marketplace ausentes em outros países. “Há uma grande demanda de tecnologias capazes de resolver esses problemas”, diz Gartlan. “Vemos muitas startups com ideias boas, mas poucos recursos. Queremos fomentar essa ideias e mostrar que há várias formas de ganhar dinheiro”, afirma.

Embora cite logística, financiamento e marketplace como áreas que precisem de atenção, Kieran Gartlan diz que a aceleradora está aberta a todo tipo de solução inovadora. No programa realizado na Argentina no ano passado, três startups foram selecionadas: Agree Market, um mercado online de grãos; Kilimo, um serviço de irrigação; e Eiwa, que usa drones, computadores e análise de imagens para monitorar culturas.